Na escuridão dos tempos antigos, quando o mundo ainda era jovem e inexplorado, surgiu uma entidade além da compreensão humana, conhecida apenas como O primeiro Grande . Dele, emanaram todas as coisas, dividindo-se em forças conflitantes e incompreensíveis. Entre essas forças, dois Deuses Exteriores se destacaram: a Vontade Maior e a Chama Frenética, representações eternas da Ordem e do Caos.
Esses deuses não eram os únicos a surgir do abismo. Logo após, outros Deuses Exteriores tomaram forma, como o Deus da Podridão, a Mãe Sem Forma, o Deus Pássaro Gêmeo, e o Deus Caído. Contudo, a Vontade Maior e a Chama Frenética eram indiscutivelmente os mais poderosos, apesar de estarem separados do mundo mortal por distâncias inimagináveis. Incapazes de intervir diretamente, esses deuses enviaram emissários para impor suas vontades nas terras de umbra.
Em contraste com esses Deuses Exteriores, existiam os Deuses Internos, como Marika. Embora dotados de grande poder, os Deuses Internos dependiam dos Deuses Exteriores para sua força. A Vontade Maior enviou criaturas conhecidas como Dois Dedos, enquanto a Chama Frenética tinha seus Três Dedos. O encontro com essas entidades revelava a decadência do mundo; a maioria dos Dois Dedos estava morta, com um dos últimos remanescentes abrigado no Refúgio da Mesa Redonda. Dos Três Dedos, apenas um ainda habitava o mundo, escondido nas profundezas da capital real, Leyndell.
A Vontade Maior, em sua busca por controle absoluto, enviou uma estrela cadente portando uma Besta prestina . Imbuída com parte do poder da Vontade Maior, a Besta prestina se transformou na estrutura conhecida como o Anel áureo. Este artefato, composto por runas poderosas chamadas Grandes Runas, redefiniu as regras do mundo, determinando até mesmo o destino após a morte.
Antes da chegada da Besta prestina, as Terras de umbra eram dominadas por dragões e gigantes, e toda a vida provinha de uma entidade conhecida como o Cadinho. Alguns acreditam que o Cadinho era apenas o estado primordial da vida antes do Anel áureo, enquanto outros dizem que era uma árvore colossal, transformada na imponente Árvore Dourada que se ergueu como símbolo do domínio da Vontade Maior.
Com a transformação da Besta prestina, no anel áureo, a Vontade Maior deu início à sua visão para o mundo, erguendo a Árvore Dourada e estabelecendo seu domínio. Para governar em seu nome, a Vontade Maior escolheu uma vice-rainha: a imponente e enigmática Rainha Marika, cuja presença marcou o início de uma nova era de controle e conflito nas sombrias Terras de umbra.
Nos confins de uma terra envolta em trevas e mistérios, emergia a figura enigmática de Marika, oriunda da ancestral raça dos Numen, habitantes de um reino além das terras de umbra. Escolhida pelos Dois Dedos, Marika não era meramente uma mulher; ela foi elevada à posição de Empírea, um título que a distinguia como uma candidata ao papel de vice-rainha, criada pela implacável Vontade Maior.
Naqueles tempos de profunda escuridão, outro Empíreo se destacava: a misteriosa Rainha de Olhos Gloam. Assim como a Vontade Maior e a Chama Frenética simbolizavam as forças cósmicas da Ordem e do Caos, Marika e a Rainha de Olhos Gloam personificavam uma dualidade fundamental: Vida Eterna contra Morte Destinada. Marika, com seu olhar penetrante e sereno, representava a promessa da eternidade, enquanto a Rainha de Olhos Gloam, com seu olhar sombrio e profundo, representava a inevitabilidade da morte.
Cada Empíreo possuía uma Sombra leal, uma criatura destinada a ser um guardião incansável e devoto. A Sombra de Marika era Maliketh, conhecido como a Lâmina Negra. Dotado de uma força sobrenatural e de uma lealdade inquebrantável, Maliketh era a Besta Obscura mais poderosa que já existiu, uma verdadeira extensão da vontade de Marika.
No entanto, pouco se sabia sobre a Sombra da Rainha de Olhos Gloam. Seus segredos eram tão profundos quanto os abismos que ela governava. Contudo, ela comandava os temidos Godskins, seguidores que manejavam a "chama negra matadora de deuses", um poder que emanava da Rainha e seu domínio sobre a morte. Os Godskins eram figuras de pesadelo, cujas ações malignas espalhavam terror e desolação.
Apesar da força de seus Godskins, a Rainha de Olhos Gloam foi superada por Marika. Determinada a garantir seu domínio, Marika enviou Maliketh para confrontar sua rival. Em uma batalha épica e feroz, Maliketh destruiu a Rainha de Olhos Gloam. Do corpo sem vida de sua inimiga, Marika recuperou a Grande Runa que governava a morte e confiou a Maliketh para que a guardasse eternamente. Assim, Maliketh se tornou conhecido como a Lâmina Negra, sua espada imbuída com o poder da Morte Destinada.
Esse ato de Marika marcou o início de sua Ordem Dourada. Ao separar a Runa da Morte do Anel áureo, Marika criou um mundo onde a morte permanente era uma impossibilidade. Nesse movimento magistral, ela colocou o poder da Morte Destinada nas mãos de seu fiel seguidor, usando-o contra qualquer um que ousasse desafiar seu reinado.
Com a Morte Destinada sob seu comando, Marika estabeleceu uma era de domínio absoluto. As Terras de umbra tornaram-se um campo de batalha onde a vida e a morte se entrelaçavam em um ciclo eterno de conflito e esperança desesperada. A escuridão se aprofundava, e as sombras cresciam mais longas, enquanto Marika e seus aliados lutavam para manter sua supremacia em um mundo onde a luz era uma promessa distante e frágil, sempre ameaçada pela escuridão avassaladora.
Nos recônditos sombrios das Terras de umbra, cada canto abrigava facções e raças que rejeitavam a nova e impositiva Ordem Dourada, que parecia surgir do éter para reivindicar o controle absoluto sobre a própria realidade. Marika, percebendo o tumulto iminente, estava prestes a embarcar em uma série de guerras brutais e intermináveis pelo domínio. E para isso, ela precisava de um exército e de um líder formidável.
Marika escolheu Hoarah Loux, um chefe guerreiro lendário, conhecido por sua ferocidade e destreza em batalha. Ele se tornou uma das armas principais de Marika, ao lado do sombrio e fiel Maliketh. Contudo, Hoarah Loux tinha uma deficiência: uma sede de sangue insaciável. Para controlar essa fúria destrutiva, ele fez um pacto com um Senhor das Feras chamado Serosh. Carregando Serosh em suas costas, Hoarah Loux conseguiu reprimir sua sede de batalha, transformando-se em uma força equilibrada e devastadora. Esse vínculo extremo era talvez a chave para a sanidade em um mundo repleto de caos e conflito.
Foi então que Marika escolheu Hoarah Loux para ser seu marido. Ele adotou um novo nome, condizente com a grandiosa visão da Ordem Dourada de Marika: Godfrey. Como marido de Marika, Godfrey tornou-se o primeiro Lorde áureo das Terras de umbra, símbolo de poder e autoridade.
A união entre Marika e Godfrey deu origem a três filhos: Godwyn, Morgott e Mohg. Godwyn, conhecido como o Dourado, tornou-se um guerreiro poderoso, herdando a força de seu pai e a determinação de sua mãe. Os gêmeos Morgott e Mohg, no entanto, nasceram com deformidades grotescas: chifres brotavam de seus corpos, assim como caudas e asas. Essas marcas os tornavam "Agouro", uma abominação aos olhos da Ordem Dourada de Marika, que via tais deformidades como um eco indesejável do caldeirão primordial de vida, o Crucible, da era anterior à tervore.
Na Ordem Dourada, os Agouros eram rejeitados e, frequentemente, mortos ao nascer. Porém, sendo filhos de Marika, os gêmeos não foram executados. Em vez disso, foram lançados aos esgotos abaixo da capital, um destino cruel orquestrado por sua própria mãe, que preferiu afastá-los dos olhos do mundo em vez de lhes conceder a morte.
Assim, a Linhagem Dourada foi formada, com os primeiros semideuses emergindo para moldar o destino das Terras de umbra. Enquanto Mohg e Morgott, confinados e atormentados, pouco podiam contribuir, Godwyn se destacou como um aliado vital para Marika e Godfrey nas guerras que se seguiram. Sua bravura e força tornaram-se lendas, e ele se erigiu como um pilar de poder e esperança em um mundo envolto em trevas e desespero.
Os gêmeos Agouros: Morgot, o último agouro e mogh, o senhor do sangue.
A conquista das Terras de umbra por Marika encontrou resistência em quase todos os recantos, mas a maior ameaça imediata vinha dos Gigantes de Fogo do norte. Estes seres colossais, aliados a um Deus Externo chamado Deus Caído, possuíam a Chama da Ruína - um fogo tão poderoso que podia consumir até mesmo a imponente tervore.
Diante dessa ameaça, Marika enviou Godfrey e seu formidável exército para subjulgar os Picos das Montanhas dos Gigantes. A guerra foi longa e brutal, com campos de batalha cobertos de gelo e sangue, ecoando os gritos de agonia e os clangores de espadas. Auxiliados por um clã poderoso de Cavaleiros Zamor, que empunhavam armas de gelo, os exércitos de Marika finalmente prevaleceram.
Diz a lenda que o Deus Caído foi derrotado pela própria Rainha Marika. Embora a veracidade dessa história seja incerta, é fato que nem mesmo Marika conseguiu destruir a Chama da Ruína. Para conter tal poder devastador, a Chama foi confinada a uma Forja no topo da montanha, selada para sempre em uma prisão de pedra e gelo. Os Gigantes de Fogo foram caçados implacavelmente até a extinção, com exceção de um único gigante, destinado a vigiar a Chama da Ruína eternamente, um guardião solitário contra qualquer um que ousasse aproximar-se.
As terras queimando e congelando sob o embate entre o fogo dos Gigantes e o gelo dos Cavaleiros Zamor simbolizava a luta entre a destruição e o controle. Marika, em sua busca incessante por poder e ordem, demonstrava que, mesmo diante das forças mais avassaladoras, a tenacidade e a estratégia poderiam prevalecer.
A Forja no topo da montanha tornou-se um símbolo da vitória de Marika, mas também um lembrete constante do poder incontrolável que espreitava nas sombras. O último gigante, em sua vigilância perpétua, representava a tensão entre a liberdade e a submissão, um guardião de uma chama que jamais poderia ser extinta, mas que também não poderia ser libertada.
A guerra contra os Gigantes de Fogo moldou o destino das Terras de umbra, com a Chama da Ruína confinada e os antigos inimigos reduzidos a lendas. No entanto, as histórias sussurradas sobre o Deus Caído e a Chama eterna continuavam a assombrar os corações daqueles que se lembravam da guerra, um eco de um tempo em que a ordem e o caos dançavam uma dança mortal nos campos gelados e incandescentes das montanhas do norte.
Nos céus eternamente tempestuosos de Farum Azula, uma ilha flutuante banhada em mistério, viviam os Dragões Antigos. Com suas escamas de pedra dotadas de propriedades que alteravam o tempo, esses seres imortais, embora não invencíveis, eram governados por Placidusax, o deus dragão. Placidusax, um enigma da era antes da Tervore, reinava sobre os Dragões Antigos, cuja resistência à Ordem Dourada de Marika se manifestou de forma devastadora.
A oposição dos Dragões Antigos à Ordem Dourada foi marcada de forma espetacular pelo cerco do gigantesco dragão Gransax à capital Leyndell. O maior dragão que já existiu, Gransax, quebrou as muralhas impenetráveis de Leyndell, um feito jamais repetido na história registrada. Seu cadáver petrificado ainda se ergue sobre a cidade, um monumento sombrio à batalha. Quem matou Gransax e como ele foi derrotado permanece um mistério, mas sua morte sinalizou o início de uma guerra feroz entre a Ordem Dourada e os Dragões Antigos.
Ao contrário dos Gigantes de Fogo, muitos Dragões Antigos conseguiram sobreviver à guerra, apesar das pesadas perdas. Placidusax, derrotado mas não destruído, recuou para sua fortaleza em Farum Azula, aguardando pacientemente o retorno de seu deus. Entre os sobreviventes estava Fortissax, um dragão cuja batalha lendária com Godwyn, o Dourado, se tornou um mito. Apesar de ser derrotado, Fortissax teve sua vida poupada por Godwyn, criando um vínculo inesperado entre o dragão e o guerreiro.
A amizade entre Godwyn e Fortissax, forjada no calor da batalha, foi o catalisador para o fim da guerra. Através dessa aliança, uma nova era de entendimento emergiu. O Culto do Dragão Antigo, antes um inimigo implacável, foi integrado à Ordem Dourada como um ensinamento respeitado. Esta união, mais do que qualquer vitória militar, trouxe paz às terras devastadas pela guerra.
Após a derrota dos Gigantes de Fogo e dos Dragões Antigos, Marika enfrentou novas ameaças que desafiavam sua crescente hegemonia. Entre essas ameaças, destacavam-se os Nox, um povo de pele cinza que se opunha à influência da Vontade Maior. Os Nox, astutos e engenhosos, desenvolveram capacetes de vidro cristalino chamados Mirrorhelms, projetados para afastar a intervenção da Vontade Maior e seus vassalos Fingers. Mais significativamente, eles forjaram a temida espada matadora de dedos, uma arma capaz de ferir a Vontade Maior e seus servos.
A criação de tais instrumentos de resistência não foi bem recebida pela Vontade Maior. Em resposta, Marika baniu os Nox para o subsolo, confinando-os nas Cidades Eternas de Nokron e Nokstella. Nessas profundezas sombrias, os Nox aguardaram, pacientes e resilientes, por uma era que os libertasse da opressão da Vontade Maior e dos Deuses Exteriores.
Após a subjugação dos Nox, restava apenas uma verdadeira ameaça à supremacia de Marika: a Família Real Cariana. Situados em Liurnia dos Lagos, os Carianos Reais provaram ser adversários formidáveis, capazes de enfrentar os exércitos da Ordem Dourada em pé de igualdade. Duas guerras foram travadas por essa região, e em ambas, não houve um vencedor claro. Os Cavaleiros Carianos, mestres na feitiçaria, e a chefe da família, Rennala, com sua poderosa magia lunar, encantaram a Academia de Raya Lucaria, criando uma aliança imbatível
Durante essas guerras desafiadoras, um novo herói emergiu das fileiras da Ordem Dourada: Radagon. Enquanto Godfrey estava ocupado com outras batalhas, o guerreiro de cabelos ruivos Radagon liderou os exércitos da Ordem Dourada com uma habilidade e bravura inigualáveis. Sua presença no campo de batalha rivalizava até mesmo com a de Godfrey.
No entanto, em meio ao derramamento de sangue e à brutalidade das guerras, uma chama inesperada de amor surgiu. Radagon e Rennala, adversários em combate, encontraram um no outro uma alma gêmea. Sua união trouxe um fim pacífico às prolongadas guerras de Liurnia, unindo a Ordem Dourada e a Família Real Cariana em uma aliança improvável, mas poderosa.
Nos anos de paz que seguiram ao fim das guerras liurnianas, a união de Rennala e Radagon floresceu, resultando no nascimento de três filhos. Estes filhos, todos semideuses, carregavam em si o potencial e o legado de seus pais, moldando o futuro de The Lands Between.
Radahn, o primogênito, cresceu para se tornar uma verdadeira montanha de homem. Herdeiro da força guerreira de seu pai, Radagon, ele se destacou como um combatente feroz. No entanto, sua maestria não se restringia apenas ao combate físico; Radahn tornou-se um praticante excepcionalmente poderoso de magia gravitacional, uma habilidade rara e temida. Com sua força colossal e controle sobre as forças gravitacionais, Radahn era uma figura imponente tanto no campo de batalha quanto no cenário político.
Rykard, o segundo filho, trilharia um caminho muito diferente. Em sua busca incessante por poder, ele se fundiu com uma cobra devoradora de deuses, um ato que desafiava a natureza e a moralidade. Esta transformação o afastou da humanidade e o levou a uma existência monstruosa e insaciável. Rykard tornou-se uma entidade temida, cuja ambição e fome de poder não conheciam limites. Sua fusão com a serpente simbolizava a corrupção e a decadência, um lembrete sombrio do que o desejo desmedido pode provocar.
A terceira filha, Ranni, herdou o talento de sua mãe, Rennala, para a magia lunar. Desde jovem, Ranni demonstrou uma afinidade impressionante com as artes arcanas, rivalizando até mesmo com os maiores magos de seu tempo. Sua habilidade e sabedoria a tornaram uma figura central no cenário mágico de Liurnia. Mais tarde, Ranni alcançou um feito extraordinário: tornou-se a primeira pessoa, desde Marika e a Gloam-Eyed Queen, a ser escolhida pelos dois dedos como uma perpétua, uma candidata a suceder Marika como deusa da Ordem Dourada.
Com os Carians finalmente pacificados, a conquista de umbra por Marika estava quase completa. A partir desse ponto, sua atenção começou a se voltar para dentro, para a ordem dourada e a própria vontade maior.. Em suas palavras, repetidas por Melina: "Aqueles primeiros dias felizes de crença cega já passaram há muito tempo." Marika decidiu que não seria mais uma escrava cega e obediente à vontade maior.
O fim da guerra também trouxe uma mudança profunda em Godfrey. "E então, chegou um momento. Quando seu último inimigo digno caiu. E foi então, como a história é contada, que o tom dos olhos de Lorde Godfrey desapareceu." Esse momento marcou o início da queda de Godfrey. Sem mais inimigos para enfrentar, sua razão de ser foi esvaziada.
Marika, percebendo que os tempos de guerra haviam terminado e que os exércitos não eram mais necessários, tomou uma decisão drástica. Ela despojou Godfrey e seus soldados de sua Graça, a conexão sagrada com a Tervore e a ordem dourada. Eles foram banidos de umbra, e Marika declarou: "Com teus olhos turvos, serás expulso de umbra. Farás guerra em uma terra distante, onde viverás e morrerás."
Godfrey abandonou seu título da ordem dourada e voltou a ser conhecido como Hoarah Loux. Ele e seus exércitos foram renomeados como "profanados" - aqueles que perderam a Graça da tervore. Expulsos de umbra, eles partiram para o reino conhecido como terras baldias. Lá, longe da vida eterna prometida pela Golden Order de Marika, eles viveram e morreram, lutando para sobreviver.
Nas terras baldias, os profanados enfrentaram desafios imensuráveis. No entanto, foi nessa adversidade que eles se tornaram mais fortes. Ao longo das gerações, os profanados desenvolveram uma resiliência e força que rivalizavam com qualquer outra facção. Longe das bênçãos da Tervore, eles descobriram novos caminhos de poder e redenção, prontos para um dia retornar e reivindicar seu lugar no destino. Há também uma descoberta surpreendente neste meio tempo, umbra, além da névoa, não passa de uma grão de areia, insignificante perante a imensidão do mundo fora da névoa.
Nas profundezas de Leyndell, escondido à vista de todos, repousa um dos grandes segredos de umbra. Uma estátua de Radagon, esculpida com meticulosa precisão, guarda um segredo sombrio. Ao se colocar diante dela e lançar o Encantamento da Lei da Regressão, a verdade oculta se revela: a estátua se transforma, desfazendo a ilusão e revelando Marika em toda sua glória sombria.
A revelação é tão perturbadora quanto reveladora: Radagon e Marika são uma só entidade. Se sempre foi assim ou se Radagon se fundiu a Marika de alguma forma, permanece um enigma envolto em sombras. À luz dessa revelação, o final aparentemente pacífico das guerras liurnianas assume um tom sinistro. Encontrando uma resistência inesperada dos Carians, Marika, sob a máscara de Radagon, seduziu Rennala, trazendo uma paz enganosa.
Assim que a paz foi estabelecida, Radagon traiu Rennala, retornando a Marika. O coração de Rennala foi despedaçado pela partida de Radagon, e ela perdeu a lealdade de sua Academia. Liurnia mergulhou em uma guerra civil, dividida entre os cavaleiros Carianos em Caria Manor e a Academia de Raya Lucaria. Com isso, Liurnia nunca mais ameaçaria a Ordem Dourada de Marika.
Radagon deixou para Rennala apenas um ovo âmbar, contendo a Grande Runa dos Não-Nascidos, um fragmento do Anel áureo associado ao renascimento. Desolada, Rennala passou a embalar este ovo, utilizando seu poder para renascer seus estudiosos incessantemente, até que se tornassem meras cascas de seus antigos eus.
Em uma reviravolta sombria e incestuosa, Marika e Radagon – sendo ambos a mesma entidade – trouxeram ao mundo mais dois filhos. Essas crianças eram as gêmeas, Malenia e Miquella. Nascidos de um pai divino, eles estavam destinados a um futuro carregado de expectativas e maldições.
Malenia e Miquella, por serem filhos de Marika e, portanto, de natureza divina, foram escolhidos como Empíreas pelos Dois Dedos. Quem melhor para suceder Marika do que seus próprios descendentes, frutos de uma união tão complexa e enigmática?
Porém, a natureza incestuosa e incomum de seu nascimento trouxe consigo maldições inescapáveis. Miquella foi amaldiçoado com a juventude eterna, preso para sempre na inocência e fragilidade de uma criança. Malenia, por sua vez, carregava a podridão escarlate, uma doença devastadora que corroía seu corpo e sua alma, marcando-a com um destino de sofrimento interminável.
Essas maldições não eram apenas um reflexo de suas origens, mas também um símbolo do fardo que a divindade de Marika e Radagon impunha sobre seus filhos. Malenia e Miquella viviam sob a sombra de sua mãe divina, lutando para encontrar seu próprio caminho em um mundo onde sua própria existência era uma mistura de bênção e maldição.
Os gêmeos, miquella e malenia
Radahn, filho de Radagon e Rennala, era uma figura imponente, um verdadeiro gigante entre os homens. Em um ato de bondade e engenhosidade, ele aprendeu magia gravitacional para poder montar seu pequeno cavalo magricelo sem esmagá-lo sob seu peso titânico.
Radahn não era um autodidata na arte da gravidade. Seu mentor era um Lorde de Alabastro da cidade feiticeira de Sellia, em Caelid. Sob a tutela do Lorde de Alabastro, Radahn se tornou extremamente poderoso nas artes gravitacionais. E seu poder já era formidável, mesmo para um filho de Marika.
Os detalhes são obscuros, mas em algum momento, Radahn realizou um ato de poder inaudito para um semideus: ele usou sua magia gravitacional para prender as próprias estrelas, mantendo-as em estase pelo tempo que ele vivesse. As razões por trás desse feito não são claras. Dizem que, ao fazer isso, ele salvou a cidade de Sellia, a qual ele claramente tinha algum apego, pois foi lá que ele aprendeu sua magia. É possível que uma "estrela" ou meteoro estivesse prestes a atingir Sellia, e Radahn interveio para evitar a catástrofe.
A conquista das estrelas por Radahn teve implicações enormes, particularmente para sua irmã, a Princesa Lunar Ranni. Ranni tinha uma forte afinidade com as estrelas e o céu noturno; de fato, seu destino estava intrinsecamente ligado ao movimento das estrelas. Com as estrelas em estase, o destino de Ranni também ficou suspenso. Não se sabe se algum deles estava ciente disso, mas a partir do momento em que Radahn conquistou as estrelas, tornou-se impossível para Ranni realizar plenamente seus objetivos enquanto Radahn ainda estivesse vivo.
Radahn se tornou conhecido como o Senhor das Estrelas, um título que ressoava com a grandiosidade de seu feito. Ele era o herói mais poderoso dos semideuses, um guerreiro capaz de feitos que desafiavam a própria natureza. O ato de prender as estrelas no céu foi tanto um gesto de proteção quanto uma demonstração de seu domínio sobre as forças cósmicas.
Para Ranni, no entanto, o gesto de seu irmão foi uma maldição. Com as estrelas em estase, ela não podia seguir o caminho que as estrelas lhe prometiam. Sua Era das Estrelas, um tempo de mistério e magia, ficou além de seu alcance enquanto Radahn vivesse. O vínculo entre os irmãos, portanto, era tanto de amor quanto de inevitável conflito.
A cidade de Sellia, salva por Radahn, permaneceu como um testemunho de seu poder e sacrifício. A magia gravitacional que ele dominou, aprendida sob a orientação do Lorde de Alabastro, transformou Radahn em uma figura lendária. Mas essa mesma magia que uma vez protegeu Sellia também manteve o destino de Ranni em um estado de suspensão, um equilíbrio delicado entre proteção e aprisionamento.
Ranni, determinada e rebelde, orquestrou um plano de desafio e libertação contra a influência opressiva da Grande Vontade e da Ordem Dourada. Armada com poderes sombrios e aliados improváveis, como sua Sombra leal, Blaidd, e o habilidoso Mestre de Ferraria troll, Iji, Ranni buscava romper os grilhões que a ligavam.
Seu plano começou com um ato de audácia: ela roubou um fragmento da Runa da Morte de Maliketh, a Sombra de Marika, em Farum Azula. Esse ato não apenas desencadeou eventos catastróficos, mas também revelou sua determinação em desafiar as estruturas de poder estabelecidas.
Ranni, uma figura complexa e decidida, não tinha um exército convencional, mas confiava nas Assassinas da Faca Negra, guerreiras Numen cujas lâminas foram imbuidas com o poder do fragmento roubado da Morte. Na Noite das Facas Negras, essas assassinas lançaram ataques coordenados contra alvos importantes em umbra, resultando na morte de muitos, incluindo Godwyn, o Dourado, primogênito de Marika.
O ataque não se limitou apenas a assassinatos; Ranni também preparou a Garra Blasfema, uma pedra gravada com traços da Runa da Morte, enviada a seu irmão Rykard em Volcano Manor. Esse gesto não apenas indicou uma aliança entre os irmãos, mas também colocou Rykard em posição de desafiar Maliketh, se necessário, sugerindo uma possível dissidência dentro das fileiras da Ordem Dourada.
O ritual macabro realizado pelas Assassinas da Faca Negra, marcando tanto Godwyn quanto Ranni com a Morte, resultou em uma "meia-morte" para ambos. Godwyn tornou-se o Príncipe da Morte, uma entidade sem alma que espalhava a morte indiscriminadamente, enquanto Ranni, apesar de seu corpo físico ter sido destruído, conseguiu manter sua alma intacta.
A terrível consequência desse ato foi o surgimento da Raiz da Morte, que gerou os Aqueles Que Vivem na Morte, os mortos-vivos que assombravam umbra. Maliketh, arrependido de ter deixado a Runa da Morte ser roubada, tomou medidas drásticas para conter a propagação da Morte Destinada, usando guerreiros profanados e a raiz da morte.
Ao abandonar seu corpo Empíreo, Ranni afirmou sua independência da influência da Grande Vontade e seus Dois Dedos. Sua escolha radical não apenas a libertou do controle, mas também desencadeou uma cadeia de eventos que mergulhou os Semideuses em uma guerra sangrenta, fragmentando ainda mais as já frágeis alianças entre eles.
Após a devastadora Noite das Facas Negras e a morte de seu filho Godwyn, Marika tomou uma decisão radical: destruir o próprio Anel áureo. A dor pela perda de Godwyn e sua própria transformação interna fizeram com que ela quebrasse o Anel, um ato que reverberaria por toda umbra. Mas há teorias intrigantes de que Marika não foi simplesmente uma vítima de circunstâncias, mas sim a arquiteta por trás dos eventos que levaram à Noite das Facas Negras.
Após completar sua conquista e alcançar uma nova visão dentro da Ordem Dourada, Marika não mais se contentava em ser manipulada pela Grande Vontade. Quebrar o Anel áureo poderia ter sido parte de um plano maior para reformular a ordem estabelecida ou corrigir as falhas que ela percebia dentro da própria Ordem.
Radagon, também conhecido como Marika, tentou em vão reparar o anel áureo depois da ruptura. Essa tentativa fracassada levanta questões sobre seu papel e suas motivações: seria ele simplesmente uma extensão da vontade da Grande Vontade, agindo para restaurar o status quo, ou estava seguindo um plano mais profundo de Marika para reformular o mundo conforme suas próprias visões?
Com o Anel áureo irremediavelmente quebrado, seus fragmentos se dispersaram, cada um contendo um poder imenso que atraiu os semideuses cobiçosos que restavam. Esses portadores das grandes runas , possuindo Grandes Runas, foram impulsionados à guerra uns contra os outros, em um ciclo de corrupção e busca por supremacia que pode ter sido incentivado pela própria Grande Vontade, visando elevar um deles como seu sucessor divino.
Parece que a guerra entre os semideuses, conhecida como ruptura, teve momentos cruciais e batalhas intensas que moldaram profundamente as Terras de umbra. Morgott, que se manifestava como Margit, o último agouro, emergiu como uma figura central na defesa de Leyndell contra ataques, incluindo um contra o General Radahn.
Posteriormente, as forças de Morgott cercaram e sitiaram Monte Gelmir e Volcano Manor, a residência de Rykard, meio-irmão de Morgott. Morgott, apesar de sua rejeição pela Ordem dourada, via-se como seu protetor, considerando as práticas blasfemas de Rykard como uma ameaça que precisava ser eliminada. O ataque a Volcano Manor se destacou como uma das batalhas mais devastadoras da Ruptura, resultando em perdas significativas de ambos os lados e deixando Rykard de pé, mas marcado pelo conflito.
Enquanto isso, Malenia emergiu como uma das figuras mais bem-sucedidas da Ruptura.
Descobrimos que tanto Miquella quanto Malenia nasceram amaldiçoadas, com Miquella se tornando um dos Empíreos mais temidos. Ele dedicou seus esforços para curar sua irmã e a si mesmo, abandonando a doutrina da Ordem Dourada ao perceber sua incapacidade de ajudar. Miquella desenvolveu agulhas de "ouro puro" para afastar a influência dos deuses exteriores, incluindo a Grande Vontade, e deu uma delas a Malenia na tentativa de mitigar sua condição de Podridão Escarlate.
Além disso, Miquella regou uma muda com seu próprio sangue, na esperança de que crescesse como uma nova tervore com poderes de cura. Esta muda se transformou na árvore sacra de Miquella, uma árvore imponente que ele guardava com esperança. Miquella se enclausurou dentro da própria árvore sacra, possivelmente para curar sua eterna juventude ou para ajudar a árvore a amadurecer como uma nova Tervore. No entanto, antes que seu plano pudesse ser realizado, a Árvore sacra foi cortada e o casulo que abrigava Miquella foi roubado.
O culpado por esse roubo foi Mohg, irmão gêmeo de Morgott. Mohg, anteriormente nos esgotos de Leyndell, foi contatado pela A mãe sem forma, um Deus Exterior associado à dor e chama de sangue. Sob sua influência, Mohg aprendeu magias poderosas de chama de sangue e escapou durante a Ruptura para estabelecer o Palácio Mohgwyn como sua nova fortaleza. Foi lá que ele fugiu com o corpo encapsulado de Miquella, em um ato que certamente teria consequências profundas para o futuro de umbra.
Malenia embarcou em uma conquista através de umbra , liderando seus leais cavaleiros. Não está claro se sua jornada começou antes ou depois do sequestro de Miquella por Mohg. Durante sua jornada, Malenia provou sua invencibilidade ao passar pela árvore sacra, subindo o Altus Plateau e atravessando Liurnia.
Em sua jornada, Malenia encontrou Godrick, o enxertado, a quem facilmente derrotou em batalha após ele ter a audácia de insultá-la. Ele foi forçado a se render diante de sua força imbatível.
Continuando por Limgrave e adentrando as Selvas de Caelid, Malenia enfrentou seu último desafio verdadeiro: o General Radahn. Os outros portadores de runa haviam sido derrotados ou estavam escondidos, deixando apenas esses dois semideuses incomparáveis. A épica Batalha de Aeonia, no centro de Caelid, foi o cenário onde Malenia e Radahn se enfrentaram. Os dois lutaram ferozmente até que Malenia, pela primeira vez, liberou todo o poder da Podridão Escarlate que ardia dentro dela.
Os efeitos foram catastróficos. A paisagem de Caelid foi consumida pela Podridão Escarlate, e Radahn, em retirada, foi consumido por ela, transformando-se em uma besta sem controle, perdendo qualquer desejo de reivindicar o trono. Malenia, exausta após liberar essa terrível força, caiu em coma no campo de batalha. Mais tarde, um de seus Cavaleiros a resgatou e a levou de volta às raízes da árvore sacra, onde ela aguardaria o retorno de Miquella.
Os Profanados era o nome dado a Godfrey, agora conhecido como Hoarah Loux, e seu exército depois de terem sido despojados de sua Graça e banidos de Umbra por Marika. A Grande Vontade os convocou de volta a Umbra, oferecendo-lhes a chance de serem guiados pela Graça mais uma vez. A esperança era que um dos Profanados se mostrasse digno de se tornar o novo consorte de Marika e o novo Senhor Prestino.
"Profanados, erguei-vos dos confins sombrios de Umbra, onde a Graça nos abandonou e a banalidade tomou seu lugar. O chamado da Grande Vontade ressoa através das sombras, oferecendo-nos uma nova chance de redenção e poder. Somos os destituídos, os exilados que um dia foram tocados pela divindade, agora lançados à escuridão. Mas nesta escuridão, há uma promessa: a oportunidade de nos erguermos novamente, de provarmos nossa valia diante de Marika, a Senhora dos Anéis, e de conquistarmos o título de Lorde Prestino. Que nossas almas encontrem a luz no caminho de volta à Graça, pois é através dela que nosso destino será forjado e a honra será restaurada."